quinta-feira, 7 de maio de 2009

Unidade da Igreja

A igreja é um organismo vivo que existe para cumprir um propósito definido de Deus. Seu objetivo principal é glorificar a Jesus Cristo, Seu amado filho. Deus tem tanto prazer e alegria em Jesus que planejou na eternidade uma família de muitos filhos semelhantes a ele. Deus é glorificado quando a Igreja se sujeita a Cristo, o cabeça. Há muitos membros, mas somente uma cabeça. É ela quem deve governar as ações do corpo, e o seu governo é o melhor que podemos experimentar

Cristo em nós é a esperança da glória (Cl 1.27), e a razão de existirmos como igreja é glorificarmos a Cristo. Aprouve a Deus que em Seu Filho habitasse toda a plenitude (Cl 1.19). Por isso somos aceitos por ele; somos vistos através do filtro de Cristo. Sua obra perfeita na cruz nos garante livre acesso ao Pai. Esses são pontos que a maioria dos cristãos conhece, embora nem todos vivam de acordo com essa realidade. Como já foi mencionado, a Igreja é um organismo vivo. Um organismo que precisa da cabeça para conduzi-lo, pois só ela conhece as reais necessidades do corpo.

A cabeça diz que cada membro do corpo tem sua função e é insubstituível. Se um membro não executa adequadamente seu papel, outro membro será sobrecarregado, com prejuízo para o corpo. Diante desse fato entendemos que a discriminação de um membro faz o corpo pagar um alto preço. Talvez a maioria dos cristãos não admita que discrimine alguém, mas esta discriminação pode ser muito sutil. Por exemplo: Cristãos que tem um forte apego a doutrinas e rituais, discriminam aqueles que não seguem o mesmo padrão, achando que não são espirituais. Aqueles que são mais liberais desprezam tais práticas, e o fazem sob forte crítica. Suas observações são de que o legalismo é inútil na vida cristã, e gera escravidão. De fato é assim mesmo, mas para Deus o ponto principal não é este. Questões teológicas jamais poderão tomar o espaço devido ao amor e a unidade. O amor é o caminho sobremodo excelente; ele expressa a própria natureza de Deus. Diante do amor ágape nossa mesquinhez se torna patente, mas mesmo assim o Senhor nos corrige e nos exorta com ternura. É assim que nós também deveríamos proceder com aqueles que pensam diferente de nós em questões não essenciais a fé. Deus não faz acepção de pessoas, e espera que também sigamos seu exemplo neste aspecto.

Uma das coisas que mais tem afetado o testemunho da Igreja no mundo é o grande número de congregações espalhadas por todos os cantos da terra. Os ímpios pensam que há várias igrejas, quando na realidade existe apenas uma. É comum ouvirmos frases tipo “vamos à Igreja”, quando na prática isso é impossível. Ninguém pode ir à igreja, mas sim fazer parte dela. A palavra igreja é usada na maioria das vezes para referir-se a um monumento ou a um local, quando ela é na verdade um ajuntamento dos santos eleitos em Cristo Jesus.

A existência de denominações não está no coração de Deus, contudo ele tolera, assim como tolerava algumas práticas no Antigo Testamento. Muitas novas denominações têm surgido a cada ano, e infelizmente, muitas delas são fruto de divisão no corpo de Cristo. Isso acontece porque na maioria das vezes a divergência é mais forte que o amor. O caminho sobremodo excelente é esquecido e tudo o que sobra é uma congregação sem a verdadeira expressão da ação do Espírito Santo. Este é um pecado que precisamos sinceramente nos arrepender.












Convém que ele cresça e que eu diminua

Entendendo a glória de Deus

Todos nós, filhos de Deus almejamos ver a Sua glória, porém, poucos de nós alcançam esta experiência. A razão para tal fato é que entendemos a glória de Deus de uma forma errada – confundimos glória com unção. Muitas vezes quando estamos cheios da unção do Espírito Santo, fazemos muitas coisas admiráveis; prodígios e sinais acontecem. Deus é glorificado nestes atos, mas o homem também recebe atenção.

A unção é fundamental para que a igreja avance em direção ao propósito de Deus. Mas infelizmente, ao longo da história, ela tem dado excessiva ênfase à unção. Há um grande problema nisso, pois a unção de Deus requer muita responsabilidade. Lembremos do exemplo de Saul, um homem ungido por Deus que se desviou do seu caminho. Porem mesmo desviado, a unção do Senhor continuava sobre ele, tanto que Davi não ousava feri-lo, sabendo que era um ungido do Senhor.

Quando Deus nos unge ele espera que ajamos de acordo com o que nos foi dado; precisamos ter muita responsabilidade e temor quanto a isso. Mas há algo que vai além da unção: a glória de Deus. Quando a glória divina se manifesta, o homem sai de cena e só o Senhor aparece:

... e quando eles uniformemente tocavam as trombetas e cantavam para fazerem ouvir uma só voz, bendizendo e louvando ao Senhor, e quando levantavam eles a voz com trombetas, e címbalos, e outros instrumentos músicos, para bendizerem ao Senhor, porque era bom, porque a sua benignidade dura para sempre, então, a casa se encheu de uma nuvem, a saber, a Casa do Senhor; e não podiam os sacerdotes ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a Casa de Deus.” (2Cr 5.13-14)

A glória de Deus somente se manifesta quando o homem é humilhado, e quebrado; quando sua capacidade chega ao fim. Na verdade o nosso fim é o começo de Deus. Quando estamos cheios da unção falamos e fazemos muitas coisas; quando a glória de Deus se manifesta todas as nossas palavras e ações ficam atrapalhadas – não conseguimos nem mesmo ficar de pé.

Nós realmente não podemos fazer nada para Deus, pois Jesus Cristo cumpriu toda a exigência do Pai; agora somos chamados para realizar “a obra” e não “as obras” de Deus (Jo 6.29). Infelizmente todos nós seres humanos, temos muita dificuldade em entender e viver essa realidade. Estamos sempre tentando fazer algo para agradar a Deus e merecer o Seu amor. Somos como aquele filho que critica o pai por receber bem em casa o filho arrependido (Lc 15.25-320. Viver assim torna a nossa vida muito amarga, e não glorifica a Deus.

Temos muitas coisas para dizer e fazer; defendemos-nos quando deveríamos permitir que o Senhor fosse o nosso Juiz (Gn 50.19). Não permitimos sermos humilhados. Ficamos inquietos quando tentamos cumprir nossa lista de oração e não sabemos por onde começar. Precisamos orar sim, mas com o espírito correto. Se a oração não for acompanhada do mais profundo quebrantamento e interesse pelo assunto, nada vale. Serão apenas vãs repetições. A oração eficaz é aquela que o nosso espírito ora, pois desta forma há conexão com o Espírito de Deus. Só podemos orar assim quando estamos quebrantados – quando não há nenhuma interferência da alma. Precisamos aprender que nós não sabemos orar apropriadamente (Rm 8.26) e somos chamados a descansar neste fato, para que o Senhor seja glorificado.

Por mais estranho que possa parecer, as pessoas com mais intimidade com Senhor não são aquelas que estão envolvidas em grandes empreendimentos na igreja, mas são aquelas que se reclinam ao peito do Senhor e ouvem atentamente suas palavras. Este era o exemplo de João e também o de Maria, a irmã de Marta. Quando olhamos para pessoas assim podemos pensar que elas não estão fazendo nada, ou fazendo pouco para suas qualidades espirituais. Mas justamente elas são espirituais porque se movem lentamente, ao sopro do Espírito. Agitação e ansiedade tem sido a grande marca dos dias atuais; pessoas correm sem rumo de um lado para o outro. Essa correria tem trazido reflexos negativos para o corpo de cristo, levando muitos a viver uma vida sem propósito. O sentido de falta de propósito na vida tem criado uma verdadeira onda mundial de pessoas deprimidas. Precisamos estar atentos a este laço mortal.